quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Quinta-feira de Comadres





Quinta-feira de Comadres, juntámo-nos ao cortejo pelas ruas de Alpalhão, onde participaram as crianças da creche, escola, a comunidade e nós a representar a Sta Casa.

Manda a tradição, que este seja um dia destinado às mulheres. Todas as mulheres vestiam o traje típico de Alpalhão, xaile bordado, saia de feltro e camélia no “poupicho”.

Faziam grandes lanches, onde não podia faltar o arroz doce, e a boleima das comadres. Ao contrário do dia de Compadres, eram os rapazes que “chocalhavam” as raparigas.

Também fizemos a nossa bandeira, ao contrario do dia de Compadres, esta era Vermelha, e decorada com camélias, com as seguintes quadras:

“Vimos trajadas a rigor

Como manda a tradição

Somos o grupo de comadres

Do lar de Alpalhão”

“Olhem cá para o nosso rancho

Somos da 3ª idade

Vimos brincar às comadres

Com orgulho e com vaidade”

Neste dia não houve dores nem ninguém se lembrou das doenças J, a volta à vila foi completa, até participámos nas danças em cada largo que se parava.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Xailes e Aventais de Carnaval
















Para festejarmos o dia de comadres, decidimos fazer xailes e aventeis de carnaval, de Alpalhão. Traçámos o risco no xaile, cortámos, colámos as flores e cosemos aventais.

Tivemos a ajuda, voluntária da filha da Mariana Paté, e da sobrinha da Ana Rita, que em convivio connosco, meteram a franja e fizeram as “lérias” nos xailes.

Tudo pronto para ficarmos bonitas, e tal como no dia de compadres, darmos a volta à vila com as mulheres de Alpalhão.

A tradição dos Compadres

“O dia de compadres realiza-se na quinta-feira antes do domingo magro(Dois meses antes do Domingo de Páscoa)
Fazíamos um caixão com um boneco, em volta urtigões, ossos e cascas de laranja (que era para os compadres comerem).
Na minha chaminé punha uma bandeira preta, onde cosia ratazanas, ossos e urtigões, para eles verem quando passavam à nossa porta.

Vestíamo-nos de preto, com o lenço na cabeça um chocalho na mão e dávamos a volta à vila para os enterrar, íamos chocalhando e fazendo o pranto “Ai o meu compadre, ai que o meu compadre morreu”.
Quando passávamos ao Adro, estavam todos na barbearia do Zé Poupino, assim que nos viam, corriam atrás de nós para nos molhar e atirar cinza, ficávamos todas ‘enfarinhadas’!

Naquele dia o almoço era papas ou feijão preto para o marido.

Para nós, o Carnaval começava logo no dia 20 de Janeiro! Vestíamo-nos de ‘intrude’, todas tapadas e andávamos durante a noite a bater às portas a pedir umas moedinhas, para irmos juntando para fazer as boleimas e arroz doce no dia de comadres. Cada um dava 5 ou 10 tostões.

Às vezes víamos a cesta com os ovos em cima da mesa, ou umas chouriças nas chaminés, quando tínhamos mais confiança com as pessoas trazíamos tudo.

No nosso tempo fazíamos festas muito bonitas, era a nossa diversão, vocês agora é que já não ligam a nada…”
Amélia Costuras


"Ai homem da minha vida
Ai homem da minha alma
Ainda bem que já lá vais
Com prazer e alegria
Já lá levas entre pernas
Com o que eu me advertia"

Áurea Maria

Compadres 12-02-09

















Na quarta-feira antes começámos a preparar a festa, o “compadre morto no caixão”, as cruzes e as cartolinas de “Viva os Compadres” para os meninos do A.T.L.

Na quinta-feira, logo pela manhã começámos a festa, chocalhamos os compadres do lar, e começámos com os preparativos. Como é tradição preparamos uma bandeira com ossos, urtigões e com uma quadra que a Amélia, uma das empregadas da Santa Casa nos ajudou a fazer, cosemos tudo a um pano preto, preso ao cabo de uma vassoura, e colocámos a bandeira à janela, para os compadres verem.

Vestimo-nos todas de preto e fomos ao encontro das outras mulheres de Alpalhão, sempre prontas para a festa!